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Na última semana, profissionais de saúde de Taboão de Serra passaram por um treinamento prático e teórico ministrado pela Dra. Norma Helen, médica oftalmologista e diretora do Centro de Oftalmologia Sanitária da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. A atividade ensinava aos profissionais como identificar previamente os sinais de Tracoma.
 
Entre os dias 13 e 15 de setembro, foram ministradas online, aulas como tema “Treinamento para entrevistadores do inquérito domiciliar de tracoma” para médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, técnicos e auxiliares de enfermagem das UBSs Margaridas, Parque Pinheiros, Laguna e Suiná, além de profissionais da Secretaria de Saúde (SMS).
 
Nos 16 e 17, aconteceu a etapa prática da atividade, o “Treinamento das Atividades de Campo do Inquérito Domiciliar de Tracoma”. Nela, os profissionais de saúde realizaram um inquérito com crianças entre 1 a 9 anos, que correm mais riscos de apresentar sintomas graves da doença.
 
“Com o treinamento, os profissionais estão aptos a identificar casos de Tracoma, possibilitando diagnóstico precoce da doença e a implementação de medidas terapêuticas adequadas. A iniciativa reforça o compromisso da Vigilância Epidemiológica e da equipe de saúde das UBSs com a promoção da saúde ocular e com a melhoria da qualidade de vida da população,” relatou Daniela Emiko Tomizawa, Coordenadora de Vigilância Epidemiológica na SMS.
 
O objetivo da ação era principalmente identificar e ofertar o tratamento de Tracoma, para as crianças e seus familiares. Por se tratar de um tipo de conjuntivite bacteriana, a doença aumenta as chances de que os pacientes possam desenvolver baixa visão ou cegueira no futuro.
 
O Inquérito Epidemiológico faz parte de um esforço nacional de erradicar doenças por causa evitável em todo o território nacional. Este treinamento foi o primeiro passo em uma campanha extensa que acontecerá com o apoio do Grupo de Vigência Epidemiológica (GVE) de Osasco, que atende a região de Taboão da Serra.
 
O Tracoma é a principal causa infecciosa de cegueira no mundo. Causada pela bactéria C. tracomatis, a doença é transmitida através do contato com a conjuntiva ocular, causando uma inflamação na pálpebra superior. Caso aconteçam infecções recorrentes, é possível haver a evolução do quadro, resultando em cicatrizes na região.
 
Cicatrizes estas que produzem deformidades na estrutura da pálpebra, afetando a posição dos cílios. A posição defeituosa dos cílios faz com que toquem a córnea, provocando lesões que, a longo prazo, causam a diminuição progressiva da visão, podendo evoluir para baixa na acuidade visual até a cegueira.
 
“É fundamental que as famílias, quando abordadas pela equipe de saúde, façam a adesão e abram suas residências para rastrearmos a doença no município. Temos uma meta estipulada pelo Governo do Estado e para alcançá-la precisamos da colaboração da população,” comenta Inês Mamede do Rosário, enfermeira coordenadora de Atenção Básica da Secretaria de Saúde.
 
Inês se refere aos inquéritos, que foram aplicados em escala teste durante o treinamento, mas que serão aplicados mais vezes nas zonas monitoradas pela equipe de Vigilância Endêmica. “Aplicamos estes inquéritos para termos uma maior compreensão da situação de cada local. Nele, são avaliados os residentes, em especial as crianças, para avaliar se há a presença da doença,” explica o secretário da pasta, Dr. Ailton Bogalho Jr.
 
O tracoma é uma das mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas que a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) pretende eliminar até o ano de 2030 através da Iniciativa de Eliminação de Doenças. Utilizando uma abordagem multidisciplinar, sustentável e integrada, é uma política que envolve o fortalecimento dos sistemas de saúde, a colaboração entre países e o combate a determinantes sociais de saúde. Por este motivo é de fundamental importância que a população receba as equipes identificadas para o trabalho continuar a ser feito, erradicando esta doença do município.