Ir para o conteúdo

Prefeitura Municipal Taboão da Serra - SP e os cookies: nosso site usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Ao continuar você concorda com a nossa Política de Cookies e Privacidade.
ACEITAR
PERSONALIZAR
Política de Cookies e Privacidade
Personalize as suas preferências de cookies.

Clique aqui e consulte nossas políticas.
Cookies necessários
Cookies de estatísticas
SALVAR
CIDADÃO
EMPRESA
SERVIDOR
Notícias
JUL
22
22 JUL 2025
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
7º Encontro das Pretas celebrou o pioneirismo de mulheres negras que driblam o racismo e ocuparam espaços
Foto Noticia Principal Grande
7º Encontro das Pretas celebrou o pioneirismo de mulheres negras que driblam o racismo e ocuparam espaços
receba notícias
No último sábado, 19 de julho, Taboão da Serra recebeu na UNIFECAF o 7º Encontro das Pretas, que teve como tema Rainha Ancestralidade. O evento homenageia anualmente mulheres negras que, com seu pioneirismo, enfrentaram o racismo dentro e fora do município e contribuíram para a implementação de políticas de promoção da igualdade racial. A iniciativa foi promovida pela ONG Ação 25, com apoio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de Taboão da Serra, em celebração ao Julho das Pretas.
 
O Julho das Pretas é um movimento nacional e internacional criado pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, que elegeu o mês de julho como o período dedicado ao debate sobre reparação histórica e políticas de Bem Viver como um novo projeto de sociedade onde mulheres negras, latinas e indígenas sejam protagonistas de suas próprias histórias.
 
A data central do movimento é o 25 de julho – Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, instituído em 1992 durante o 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, realizado na República Dominicana. No Brasil, a data também marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola e símbolo de resistência durante o regime escravocrata no Brasil, que durou 300 anos e traficou cerca de 5 milhões de africanos (o maior número do mundo) (IBGE).
 
O encontro de Taboão da Serra contou com a presença do Movimento Negro Unificado (MNU) de Embu das Artes, Itapecerica da Serra e de Osasco, além de representantes do MNU da cidade de Suzano. O grupo As Ialodês , composto por cinco mulheres negras apresentou repertório de grandes artistas negras brasileiras como Luedji Luna, Dona Ivone Lara, Elen Oléria, Tereza Cristina, Alcione, Fat Family, entre outras que naturalmente cantam sobre empoderamento e resgate da identidade afro-brasileira e afro-indígena.
 
A intervenção artística contou também com a narração de uma série de contos ancestrais e da atualidade onde as mulheres pretas em posição de liderança e representação em diversas esferas, tanto no âmbito religioso, nos terreiros de Candomblé, quanto em espaços sociais e político são reverenciadas.
 
Durante a narrativa houve muita emoção com choro, sorrisos, abraços, danças e um clima de acolhimento autoafirmação.
 
Ao fim da apresentação musical, mais de 80 mulheres de diferentes idades receberam o certificado de homenagem pelo enfrentamento ao apagamento histórico-cultural cultivado desde a escravidão.  
 
“Este encontro acontece para fortalecer nossas vozes, nossas lutas e nossas histórias. O 7º Encontro das Pretas foi um verdadeiro espaço de acolhimento, escuta e construção coletiva. Reunimos mulheres negras de diferentes trajetórias para celebrar suas existências, reafirmar seus direitos e refletir sobre os desafios que ainda enfrentam  diariamente”, disse o secretário da pasta, professor Moreira.
 
Segundo Moreira, Taboão da Serra saiu na frente em ações de enfrentamento ao racismo ao estabelecer no início do ano o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, que atua ouvindo as demandas da população, fiscalizando casos de racismo e estabelecendo práticas de letramento racial em busca da equidade entre todos.
 
“Este encontro não é apenas um ato simbólico, é uma ação concreta que nasceu de um grupo de mulheres em 2018 que buscavam um compromisso com um futuro mais justo paras as meninas pretas da nossa cidade. Ainda somos as que mais morrem, as que mais sofrem violências, as que recebem menores salários em comparação com homens e com mulheres brancas. A sociedade ainda nos projeta em lugares de subalternidade por isso, o Julho das Pretas é um chamado coletivo por reparação de desigualdades e pra que nenhuma de nós fique pra trás seja qual for a esfera da sociedade que esteja atuando”, defendeu Rubi França, presidente da Ong Ação 25 e Coordenadora da Igualdade Racial de Taboão da Serra.